sábado, junho 29, 2024

sexta-feira, junho 28, 2024

 


Há muros intransponíveis. 



quarta-feira, junho 26, 2024

 


As grandes verdades são simples .


segunda-feira, junho 24, 2024




 

RELATO BREVE
 
Deixarás a casa por acabar. 
Ficarão nos muros janelas por abrir 
para o primeiro, 
o último crepúsculo. 
No ar ainda doce, encostado 
à parede, o limoeiro 
voltará a florir para nenhum olhar. 

No jardim uma ou outra flor resiste. 
Talvez alguém passe e diga para si mesmo: 

- Como os goivos cheiram bem! 

Eugénio de Andrade 




domingo, junho 23, 2024



                                                                                                                                                                                         mar da Rocha

Morre-se baixinho, em degradê. 
Como morrem as tardes. 
Como morrem as flores. 
Como morrem as ondas.



sábado, junho 22, 2024

sexta-feira, junho 21, 2024

 


É urgente inventar a alegria, multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

E.A.



sábado, junho 15, 2024














O que permanece na tarde, como na canção dos pastores do Epiro, é uma laranja. 
Apagados os passos, perdido o próprio nome, aquele lume vagaroso e limpo, era privilégio de lábios ou de pássaros. 
Uma laranja. Branca. Nas mãos de uma criança.

EA


quinta-feira, junho 13, 2024

segunda-feira, junho 10, 2024




                                                                                                                                                    "La Danaide"    A. Rodin


QUEM DIZ QUE AMOR É FALSO OU ENGANOSO 

Quem diz que Amor é falso ou enganoso, 
Ligeiro, ingrato, vão desconhecido, 
Sem falta lhe terá bem merecido 
Que lhe seja cruel ou rigoroso. 

 Amor é brando, é doce, e é piedoso. 
Quem o contrário diz não seja crido; 
Seja por cego e apaixonado tido, 
E aos homens, e inda aos Deuses, odioso. 

Se males faz Amor em mim se vêem; 
Em mim mostrando todo o seu rigor, 
Ao mundo quis mostrar quanto podia.
 
Mas todas suas iras são de Amor; 
Todos os seus males são um bem, 
Que eu por todo outro bem não trocaria. 

 Luís de Camões | 500 anos







10 DE JUNHO -  DIA DO ANJO DE PORTUGAL 

O Anjo de Portugal é uma figura rica em significados históricos e religiosos, cuja presença ao longo dos séculos tem sido um símbolo de proteção, identidade e missão nacional para o povo português.
É uma figura mítica e religiosa que tem as suas raízes na história e nas tradições portuguesas, sendo associado a vários eventos históricos e culturais. A crença no Anjo de Portugal está profundamente entrelaçada com o sentimento nacional e religioso do país. A sua história pode ser rastreada desde a Idade Média até aos dias atuais.  
- Origem Medieval Primeiras Referências: 
A devoção ao Anjo de Portugal remonta ao século XII, durante o reinado de D. Afonso Henriques, o primeiro rei de Portugal. Acredita-se que a figura do anjo protetor surgiu no contexto das lutas pela Reconquista Cristã da Península Ibérica contra os mouros. Durante este período, a crença popular sustentava que o Anjo de Portugal aparecia em batalhas decisivas para apoiar os cristãos. 
- Lendas e Tradições: 
Entre as lendas mais conhecidas está a aparição do anjo na Batalha de Ourique em 1139, onde D. Afonso Henriques teria tido uma visão do anjo antes de uma vitória decisiva contra os mouros. Este evento é muitas vezes visto como um sinal da proteção divina sobre a nação nascente de Portugal. 
- Século XVI e XVII D. Sebastião e a Expansão Ultramarina: 
A figura do Anjo de Portugal ganhou destaque durante o reinado de D. Sebastião (1557-1578), especialmente no contexto das suas expedições militares em Marrocos. A crença no anjo como protetor da nação foi usada para justificar e inspirar a expansão ultramarina portuguesa, visto como uma missão divina. 
- Religiosidade Barroca: 
No período barroco, a devoção ao Anjo de Portugal foi reforçada pela Igreja Católica, que promovia cultos e festividades em honra ao anjo. Esta época viu a construção de igrejas e altares dedicados ao Anjo de Portugal, assim como a produção de numerosas obras de arte sacra representando o anjo. 
- Século XX Aparições de Fátima: 
Um dos momentos mais significativos na história do Anjo de Portugal é a sua aparição aos três pastorinhos de Fátima em 1916, antes das aparições de Nossa Senhora em 1917. O Anjo de Portugal (ou Anjo da Paz) teria instruído as crianças em práticas de oração e penitência, preparando o caminho para as aparições marianas. 
- Patriotismo e Identidade Nacional: 
Durante o século XX, especialmente no contexto do Estado Novo de Salazar, a figura do Anjo de Portugal foi usada como um símbolo de identidade nacional e patriotismo. O anjo foi visto como um guardião da nação, reforçando a ideia de uma missão histórica e divina de Portugal no mundo. 
- Representações e Símbolos 
Iconografia: O Anjo de Portugal é frequentemente representado como um arcanjo, muitas vezes identificado como São Miguel, com uma espada ou uma balança, símbolos de justiça e proteção. Em algumas representações, ele aparece com as insígnias de Portugal, como o escudo ou a bandeira. 
- Festas e Devoções: 
A devoção ao Anjo de Portugal é celebrada em várias festas religiosas ao longo do país. O dia 10 de junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, também é associado ao anjo como um dia de reflexão sobre a identidade e a missão histórica de Portugal. 
- Significado Contemporâneo :
Nos dias de hoje, o Anjo de Portugal continua a ser uma figura simbólica importante para muitos portugueses, representando a proteção divina e a identidade nacional. A sua história é um testemunho da profunda conexão entre a fé, a cultura e a história de Portugal, refletindo a crença em uma proteção espiritual contínua sobre a nação.

Fonte: A.J.Menezes



quinta-feira, junho 06, 2024

 


Praias da NORMANDIA.  Há 80 anos.

Conhecer a História para que a História não se repita .



quarta-feira, junho 05, 2024




                                                                                                                                      mar da Rocha


Colhe 
todo o oiro do dia 
na haste mais alta 
da melancolia. 

Eugénio de Andrade



sábado, junho 01, 2024




Em nome dos que choram, 
Dos que sofrem, 
Dos que acendem na noite o facho da revolta 
E que de noite morrem, 
Com a esperança nos olhos e arames em volta. 
Em nome dos que sonham com palavras 
De amor e paz que nunca foram ditas, 
Em nome dos que rezam em silêncio 
E estendem em silêncio as duas mãos aflitas. 
Em nome dos que pedem em segredo 
A esmola que os humilha e os destrói 
E devoram as lágrimas e o medo 
Quando a fome lhes dói. 
Em nome dos que dormem ao relento 
Numa cama de chuva com lençóis de vento 
O sono da miséria, terrível e profundo.
 
Em nome dos teus filhos que esqueceste, 
Filho de Deus que nunca mais nasceste, 
Volta outra vez ao mundo! 

J.C. Ary dos Santos