maria mar
quinta-feira, abril 25, 2024
abril | 25
O dia inicial inteiro e limpo
Onde emergimos da noite e do silêncio
E livres habitamos a substância do tempo
quarta-feira, abril 24, 2024
sábado, abril 20, 2024
sexta-feira, abril 19, 2024
quinta-feira, abril 18, 2024
terça-feira, abril 16, 2024
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sábado, abril 13, 2024
quinta-feira, abril 11, 2024
quarta-feira, abril 10, 2024
terça-feira, abril 09, 2024
segunda-feira, abril 08, 2024
sábado, abril 06, 2024
sexta-feira, abril 05, 2024
quinta-feira, abril 04, 2024
MartaAntunes
Abril 50
vi o Abril que foi e Abril de agora
eu vi Abril em festa e Abril lamento
Abril como quem ri como quem chora.
.
Eu vi chorar Abril e Abril partir
vi o Abril de sim e Abril de não
Abril que já não é Abril por vir
e como tudo o mais contradição.
.
Vi o Abril que ganha e Abril que perde
Abril que foi Abril e o que não foi
Abril de ser e de não ser..
Abril de Abril vestido (Abril tão verde)
Abril de Abril despido (Abril que dói)
Abril já feito.
E ainda por fazer.
Manuel Alegre
quarta-feira, abril 03, 2024
terça-feira, abril 02, 2024
Havia uma lua de prata e sangue
em cada mão.
Era Abril.
Havia um vento
que empurrava o nosso olhar
e um momento de água clara a escorrer
pelo rosto das mães cansadas.
Era Abril
que descia aos tropeções
pelas ladeiras da cidade.
Abril
tingindo de perfume os hospitais
e colando um verso branco em cada farda.
Era Abril
o mês imprescindível que trazia
um sonho de bagos de romã
e o ar
a saber a framboesas.
...
José Fanha, in "Tempo azul"
quinta-feira, março 21, 2024
quarta-feira, março 20, 2024
terça-feira, março 19, 2024
segunda-feira, março 18, 2024
FRAGMENTOS
1
Aceita o transitório; nada do que
é definitivo, dura, te pode atingir.
2
Algo de visível perpassa
nos limites do ser.
3
De noite, o vento partiu
um dos vidros das traseiras.
4
Só o ruído da noite sobrevive
à luz e ao furor matinais.
5
(Se aquelas nuvens, no horizonte,
chegassem até mim…)
6
O fragmento, porém, exprime
o estilhaçar da intensidade.
7
No último fragmento, fixa
o efémero e repousa.
Nuno Júdice
sábado, março 16, 2024
quarta-feira, março 13, 2024
Salvador Dalí
Não sei quantos seremos, mas que importa?!
Um só que fosse, e já valia a pena.
Aqui, no mundo, alguém que se condena
A não ser conivente
Na farsa do presente
Posta em cena !
Não podemos mudar a hora da chegada,
Nem talvez a mais certa,
A da partida.
Mas podemos fazer a descoberta
Do que presta
E não presta
Nesta vida.
E o que não presta é isto, esta mentira.
Miguel Torga
domingo, março 10, 2024
sexta-feira, março 08, 2024
terça-feira, março 05, 2024
domingo, março 03, 2024
sexta-feira, março 01, 2024
terça-feira, fevereiro 27, 2024
O dia e a noite são iguais por dentro.
Não há papel que conte a minha vida
mais que estes versos de punhal à cinta.
A barba cresce e cresce a voz armada
descendo pelos muros tão tranquila;
tão tranquila que já nem desespera
de ser apenas voz, não uma guerra.
Quiseram pôr-me inteiro numa ficha.
Não há papel que conte a minha vida.
Mais que estes versos, esta mão estendida
por sobre os muros só de medo e pedra.
2 . Quando saíres, amigo, não me esqueças.
Fico à espera da tua novidade.
Olha bem que farás da liberdade:
quando saíres, amigo, não me esqueças.
Quero mais fazimento que promessas.
São de prata os enganos da cidade
com que outros sujeitam a vontade.
Não me esqueças, amigo, não me esqueças.
Fernando Assis Pacheco
domingo, fevereiro 25, 2024
sexta-feira, fevereiro 23, 2024
sábado, fevereiro 17, 2024
sexta-feira, fevereiro 16, 2024
quarta-feira, fevereiro 14, 2024
sexta-feira, fevereiro 09, 2024
quarta-feira, fevereiro 07, 2024
Não desesperes, Mãe !
O último triunfo é interdito
Aos heróis que o não são.
Lembra-te do teu grito:
Não passarão !
Não passarão !
Só mesmo se parasse o coração
Que te bate no peito.
Só mesmo se pudesse haver sentido
Entre o sangue vertido
E o sonho desfeito.
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo
De traição e de crime.
Só mesmo se não fosse o mundo todo
Que na sua tragédia se redime.
Não passarão !
Arde a seara, mas dum simples grão
Nasce o trigal de novo.
Morrem filhos e filhas da nação,
Não morre um povo !
Não passarão !
Seja qual for a fúria da agressão,
As forças que te querem jugular
Não poderão passar
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu
E repetiu:
Não passarão!
Miguel Torga , Poemas Ibéricos
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