terça-feira, fevereiro 27, 2024



                         "Abril 50 "
M .Helena Vieira da Silva     
         


1. Quiseram pôr-me inteiro numa ficha. 
O dia e a noite são iguais por dentro. 
Não há papel que conte a minha vida 
mais que estes versos de punhal à cinta. 

A barba cresce e cresce a voz armada 
descendo pelos muros tão tranquila; 
tão tranquila que já nem desespera 
de ser apenas voz, não uma guerra. 

Quiseram pôr-me inteiro numa ficha. 
Não há papel que conte a minha vida. 
Mais que estes versos, esta mão estendida 
por sobre os muros só de medo e pedra. 

2 . Quando saíres, amigo, não me esqueças. 
Fico à espera da tua novidade. 
Olha bem que farás da liberdade: 
quando saíres, amigo, não me esqueças. 

Quero mais fazimento que promessas. 
São de prata os enganos da cidade 
com que outros sujeitam a vontade. 
Não me esqueças, amigo, não me esqueças.

Fernando Assis Pacheco

 

domingo, fevereiro 25, 2024

sexta-feira, fevereiro 23, 2024

 

O Pássaro foi-se

Um riso branco flectindo

na luz

Como um peixe diurno

fez-se mais triste.


Agora é tarde, o véu desfez-se .


" O Pássaro Diurno" ,  Zeca Afonso

Fevereiro.23.1987



quarta-feira, fevereiro 21, 2024

 


O que me preocupa não é o grito dos maus,

mas o silêncio dos bons.




sábado, fevereiro 17, 2024

 


Navalny

Um Homem da LIBERDADE .


sexta-feira, fevereiro 16, 2024

 




Quem estará nas trincheiras a teu lado ?
- E isso importa ?
- Mais do que a própria guerra .

Ernest Hemingway






quarta-feira, fevereiro 14, 2024

segunda-feira, fevereiro 12, 2024





Às vezes choro quando vejo a simplicidade e o belo .

Hoje chorei.



sexta-feira, fevereiro 09, 2024

 

                                                                                                              A.Rodin   


O mundo Drummond o vasto mundo está horrível.



quarta-feira, fevereiro 07, 2024


NÃO PASSARÃO 

Não desesperes, Mãe ! 
O último triunfo é interdito 
Aos heróis que o não são. 
Lembra-te do teu grito: 
Não passarão ! 
Não passarão ! 
Só mesmo se parasse o coração 
Que te bate no peito. 
Só mesmo se pudesse haver sentido 
Entre o sangue vertido 
E o sonho desfeito. 
Só mesmo se a raiz bebesse em lodo 
De traição e de crime. 
Só mesmo se não fosse o mundo todo 
Que na sua tragédia se redime. 
Não passarão ! 
Arde a seara, mas dum simples grão 
Nasce o trigal de novo. 
Morrem filhos e filhas da nação, 
Não morre um povo ! 
Não passarão ! 
Seja qual for a fúria da agressão, 
As forças que te querem jugular 
Não poderão passar 
Sobre a dor infinita desse não
Que a terra inteira ouviu 
E repetiu: 
Não passarão!

Miguel Torga , Poemas Ibéricos



terça-feira, fevereiro 06, 2024

 

os tempos ......................

                                                                                                                            "O Absinto"   1875,  Degas


........ sem a necessidade de absinto para nos "alienarmos".



sábado, fevereiro 03, 2024