terça-feira, abril 02, 2024






Havia uma lua de prata e sangue 
em cada mão.
Era Abril.
Havia um vento 
que empurrava o nosso olhar 
e um momento de água clara a escorrer 
pelo rosto das mães cansadas.
Era Abril
que descia aos tropeções 
pelas ladeiras da cidade. 
Abril
tingindo de perfume os hospitais 
e colando um verso branco em cada farda. 

Era Abril
o mês imprescindível que trazia 
um sonho de bagos de romã 
e o ar 
a saber a framboesas.
 ...

José Fanha, in "Tempo azul"




Sem comentários:

Enviar um comentário