domingo, dezembro 25, 2022


                                                                  


Folheio a vida
Num calendário velho. 
Dias riscados, como contas pagas. 
Domingos de repouso, 
Segundas de trabalho 
Sábados de cansaço, 
Sem nenhum sentido. 
No abismo do nada, 
O nada, apenas. 
Quem sofreu nestas páginas vazias, 
Tão frias, 
Tão serenas?

"Agenda" 
Miguel Torga
 


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